terça-feira, 23 de outubro de 2012

Estereótipo completo



     No domingo passado, Bom, Dadá e Mamãe estavam brincando no quarto. A partir de alguma coisa que Mamãe falou, Bom quis saber o que era “tia”. 
     Mamãe tenta explicar: 

     - “Ah, tias são aquelas mulheres mais velhas, que não têm filhos, não têm família, e vivem 
sozinhas”.

     Bom completa, no mesmo instante: “Ah, sim, e que têm um monte de gatos dentro de casa...”

O maior prêmio



     No dia 28 de setembro, vó Tetê participou da final regional do Festival da Canção Francesa, um evento que premiou três primeiros colocados, entre 11 concorrentes. No teatro Dante Barone, da Assembléia, família e amigos torciam. Mas no vídeo que o tio Stefan gravou, e que a gente olhou depois, só se ouve a vozinha do Bom, dizendo: Tetê! Tetê! Tetê! 
     Ao final, ele, nervoso, aguardava o resultado com alguma certeza de que iriam chamar o nome da vó. Ao ver que os 3º, 2º e 1º lugares foram levados ao palco e a vó não estava entre eles, chorou muito, inconformado. Depois, foi ao palco consolar a vó, abraçando-lhe as pernas com força. Passou o restante da noite dirigindo olhares e gestos carinhosos pra vovó. 
     Quem disse que a vovó não ganhou o melhor prêmio?

sábado, 4 de agosto de 2012

Reflexões ao vento...


Mamãe, Bom e Conrado estão na estância da Vó Kika. Mamãe enviou uma linda história:

Ontem o Bom me pediu para aprender a andar a cavalo sozinho. Hesitei, mas acabei acreditando que ele era capaz.
Ele, corajoso, montou com minha ajuda, meio desajeitado, segurou firme as rédeas e, com atitude, bateu os pezinhos na pança do cavalo e saiu a trote, como se aquilo lhe fosse natural. Fiquei orgulhosa e ao mesmo tempo assustada com seu amadurecimento.
Passou as próximas horas do dia "treinando" para poder sair pro campo...
 

 AO FINAL DO DIA...

Bom:
- Mãe, vamos sair pro campo, já estou pronto!
- Será, meu filho?... Melhor esperarmos até amanhã, tu podes treinar mais.
- Não, mãe, eu sei que estou pronto.
- Então, vamos lá.

Saímos para o campo, cada um com seu cavalo, lado a lado...
Bom começa a ficar para trás... Paro  para esperá-lo e escuto sua voz, em uma intensa reflexão:

"Eu estou aqui...
sozinho em um cavalo...
minha mãe ao meu lado...
neste campo, neste vento....
Acho que estou gostando muito disso..."

Fiquei sem palavras e sem saber definir meus sentimentos naquele
momento, um misto de amor e gratidão, de orgulho e surpresa.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Papo sério, com final amoroso...


Mais uma história contada pelo papai Dadá, hoje:


Olha essa!

Ontem eu fui ficar com o Bom na caminha dele, na hora de dormir, como havia prometido. Ficamos conversando um pouco. Uma hora ele disse: 
 
 -Dadá...
-Quê, filho?
-Se um dia acontecer uma coisa assim... uma coisa...
-Que tipo de coisa?
-Se acontecer alguma coisa e eu morrer...
-Não vai acontecer nada de ruim contigo, filho. A gente te cuida e tu também!
-Tá, mas SE acontecer, eu gostaria que tu me cremasse.
-Combinado. Mas a gente vai viver muito ainda, tá. O natural é que os mais velhos morram antes. Não te preocupa com isso agora. Ainda vamos ficar juntos por muitos anos. Olha o Biso! Tá com 91 anos e continua vivo! E a Bisa! Muita coisa tu ainda vai viver. E tem o Ed e a Tetê...
Ele interrompe:
-Ah, mas a Tetê ainda é tão novinha! (*)

(*) Só na cabecinha do Bom e na foto aí em cima, aos 15 aninhos...

Seis anos bem vividos!


Bombom e Conrado estão em férias, desde o dia 13. Mamãe falou para os dois que Vó Kika os tinha convidado para irem passar uns dias na fazenda, no Uruguai. 
Conrado não se interessou muito, afinal lá não tem videogame. 
Bombom achou uma boa idéia: “Ah, é bom! Assim a gente pode ir a Rivera, fazer umas comprinhas”. Mesmo com a surpresa da Mamãe, ele ainda completou: “Quero comprar um HD externo!” 

E essa agora?...

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Esta história foi contada pelo meu filho Gabriel, o Dadá (pai do Bombom), que a publicou no Face, e é linda, então reproduzo aqui no blog.


"Preciso contar essa: Ontem estávamos, eu e a Cris, minha mulher, lendo pro meu filho menor, Caio, o livro Chapeuzinho Amarelo, do Chico Buarque. Depois da história, a mãe perguntou se ele conseguia ler uma palavra que ela escolhera. Ele sempre fica meio avesso às coisas que acha que não é capaz de fazer bem... Pois bem, foi diferente, foi lá e venceu o medo de juntar todas as letras e disse pausadamente M_E_D_O e repetiu: medo! Tá escrito medo! E seguiu desvendando tantas outras! Em seguida, entendendo a lógica do que acontecera, pediu: Pai, me dá uma caneta e uma folha de papel? Escreveu devagarzinho, desenhando as letrinhas: Amor Bibiana - a amiguinha da escola de quem ele tanto gosta. Pra isso servem as palavras! Chorei de alegria. Filho, te amo."

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Círculo da vida


Segunda-feira, dia de vovô e vovó levarem Bom e Conrado ao Anchieta. A propósito de idades, Bom filosofa:
- A vida é um círculo.
- Ahn?
- Assim (seguindo com a mãozinha um círculo imaginário): a gente é bebê, depois criança, pré-adolescente, adolescente, adulto, e depois (fechando o círculo) é bebê de novo.
- Ahn?
- Sim! Não vê o Biso (o bisavô Pedro, que está completando 91 anos)? Tem que trocar fralda, botar na cama... Como um bebê!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Falou e disse!


Depois do aniversário de 6 anos, mamãe escuta a fala do Bombom: 
- Mãe, como o tempo passa, né? Parece que foi ontem que eu era um bebê, e agora já estou com seis anos!
Bem, com o texto assim pronto, nada resta a dizer...

terça-feira, 15 de maio de 2012

Tédio na festa

No dia da festa, antes de chegarem os convidados, Bombom já pronto, com blusão de caveira e bandana de caveira nos cabelos, Vó Tetê se surpreende ao vê-lo chegar da rua, sozinho: 
- O que estavas fazendo sozinho na rua, Bom? 
Ele: 
- Ah, eu gosto de andar assim na rua, quando estou entediado!

Aniversário

Dia 6 de maio Bombom completou 6 anos! A festa foi no dia 12, sábado, junto com o mano Conrado, que fez 12 anos em 6 de abril. Tema da festa, sugerido pelos dois: Cemitério! 
Mamãe e Dadá, como sempre, fizeram uma festa  de estilo, com trem-fantasma, esqueleto, fantasminhas e até um cemitério, onde estavam enterradas muitas coisas que a gente gostaria que desaparecessem da terra: ódio, poluição, desmatamento, Justin Bieber (este, após muita relutância do Bombom, que confessa gostar do cantor, mas foi vencido pelo voto da maioria da família...). 

Convite da festa:

 

domingo, 25 de março de 2012

Vocabulário de domingo


Hoje, domingo, a família em casa. Mamãe foi ajeitar umas coisas no pátio, e por lá estavam as rodas que Dadá comprou pra Kombi. Bombom se achega e, vendo aquele material brilhante, pergunta:

-O que é isso, mãe?

-Ah, são as rodas novas da Kombi.

Ele: -Estupendo, mãe! Colossal!

Mamãe, de boca aberta, fica se perguntando de onde vem esse vocabulário pomposo e, como sempre, utilizado na hora e na forma adequadas...

segunda-feira, 12 de março de 2012

Gurizinho bom-caráter

Vó Tetê, Conrado e Bom no carro, voltando da escola. Conrado pega um joguinho que está por ali, em que cada carta é uma pergunta. Vai perguntando pro Bom:

O que você gosta mais, de TV ou computador? -Ah, eu não sei!

Ué, diz o que tu mais gosta! -Eu não consigo decidir! (o que é um problema pra ele, em várias ocasiões, às vezes indo às lágrimas, por não conseguir optar por uma só coisa). Antes que as lágrimas cheguem, Vovó aconselha: Tá bem, Conrado, passa pra outra!

Quem é seu maior amigo? -Conrado é meu maior amigo!

O que deixa você irritado? -Quando Conrado briga comigo.

Qual é a pessoa mais divertida que você conhece? -O Dadá.

O que ele faz pra ser divertido? -Circo!

O que é mais importante na vida? -O mais importante é a família.

O que é que tem mais valor no mundo, pra você? -O que tem mais valor é a família

Bombom compositor

Ano passado, no Dia das Mães, Bom fez uma musiquinha. Tardiamente, mas sempre em tempo, coloco aqui a letra:

Você que é tão querida e me ama tanto assim

Em toda a sua vida vai se lembrar de mim

Você é tão fofinha, você é o presente

É o presente que Deus me deu

Eu não sou nada

Sem você

Por amor, te deixo tudo que você quiser

Eu acho que você é um anjo! Você é o presente

É o presente que Deus me deu

Aceite este presente meu!

Um último abraço, pra você!

Conhecedor de esporte

Sábado, dia 10, Vó Tetê e Vô Ed foram levar os netos ao Clube de golfe, em Belém Novo, onde os dois estão tendo aulas. Bom não estava muito a fim, mas acabou se rendendo aos pedidos da vó e do professor, e aceitou dar umas tacadinhas.

Depois de algum tempo, vó escuta o papo dele com o professor:

- Olha, os caras olham assim e pensam que golfe é só isso, pegar o taco e jogar a bolinha, mas – como é difícil, né?

Papo de homem, sem dúvida!

Prato comestível

Hora do almoço, em casa. Mamãe serve a comida pro Bom, em cujo prato se vê arroz branco, feijão preto, carne e mais um purê colorido. Conrado só quer purê, e mamãe insiste em que ele coma de forma mais variada.

E explica: - A gente deve servir um prato colorido, pois as cores significam diferentes nutrientes. Conrado acha que encontrou a solução: - Ah, então vou pintar um prato com todas as cores, e aí vou ter um prato colorido!

Bom não perde a oportunidade: - Bom, mas aí o difícil vai ser tu comer esse prato!

Férias ou vacaciones?

A família saiu em férias para Montevidéu, em fevereiro. Estando lá há alguns dias, Bom já se familiarizava com o idioma estrangeiro, falando algunas cositas em castelhano. Uma noite, estavam comendo uma pizza em um lugar encontrado ao acaso, uma rua calma e deserta, uma única mesa na calçada. Bom tem vontade de fazer xixi, mas ir ao banheiro significava sair dali e entrar no local, pegar chave e tal. Mamãe sugeriu uma solução mais simples, já que o ambiente estava deserto mesmo e havia uma árvore dando sopa:

- Faz ali, no escurinho da árvore!

– Não! É na rua!

– Mas não tem ninguém, só hoje, faz ali!

Ele insiste mais um pouco, mas, vencido, vai se dirigindo para a árvore, não sem antes declarar sua anuência em bom espanhol:

-“Bueno...”

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Teatro aquático...


Semana passada, ainda um janeiro quentíssimo em Porto Alegre, Bom e Conrado vêm visitar vovó e vovô. Conrado, que já tem amigos no prédio, desce para ficar na piscina. Dali a pouco, Bom quer ir também. Chegando lá, vê que os meninos estão todos na piscina infantil, e fica feliz, pois gosta de estar no meio dos amigos do Conrado (que festejam a chegada dele, chamando-o de Míni-Conrado, pois a semelhança entre os irmãos está aumentando).

Ficam todos lá, brincando, Bom meio agressivo, porque talvez se sinta meio à parte, entre todos os meninos maiores, e quer compensar isso mostrando que é fisicamente forte. De repente, um menino sai e vai para a piscina grande, e em seguida todos vão atrás. Ele se vê sozinho na piscina pequena e fica indignadíssimo. E o choro logo começa, junto com os lamentos:

- Eu fiquei aqui sozinho, eu não gosto de ficar sozinho! O Conrado não liga pra mim, vai com os amigos dele! Eu choro muito!

E continua chorando muito, mesmo, seguindo a legenda...

Vovó tenta consolá-lo:

- Os meninos são maiores, são amigos do Conrado, ele tem que ficar com eles. E podes aproveitar, tens a piscina pequena toda pra ti!

Inútil argumentação. Ele segue mergulhando, pulando na água, mas sempre chorando alto e se queixando. Chega uma vizinha e senta ao lado da vovó, perguntando o que houve. Nada o distrai. Vovó consegue finalmente tirá-lo da água, veste-lhe o roupão de toalha e o convida para ir tomar um banho morninho na banheira, em casa.

E lá vão os dois, ele segue atrás, emburrado e se lamentando em brados:

- Eu fiquei lá sozinho na piscina! E eu não gosto de ficar sozinho, tu sabe! E tu não fez nada por mim! Ficou lá sentada, conversando! E eu ali, chorando!

E dê-lhe choro e lamentações, um teatro digno de palco...