terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Fraternidade


Bombom ganhou várias bolinhas coloridas de borracha, e está em casa brincando, fazendo-as saltar.

Conrado chega e pede: “Me dá uma bolinha pra eu brincar também!” Ele, categórico: “Não!” Conrado insiste: “Mas tu tens mais de 40 bolinhas, me dá só uma!” Ele sente que o argumento é válido e resolve atender o pedido do irmão, mas faz questão de deixar claro que a decisão não foi muito fácil.

Coloca as mãos na cintura e conclui: “Esse irmão me dá um trabalhão!”

Nem Iemanjá está livre...


Na primeira semana de praia, Bombom entra na água, ostentando os óculos de mergulho. Ao final da manhã, porém, já perdeu os óculos nas ondas de Torres e vem chorando pedir uma solução para Mamãe. Ela, tentando sem sucesso consolá-lo, apela para as divindades: “Olha, acontece que Iemanjá, a rainha das águas, está acostumada a receber oferendas das pessoas. E às vezes, quando ela gosta de verdade de alguma coisa, resolve guardar essa coisa. Ela deve ter resolvido ficar com teus óculos.”

Ele não se consola muito, mas aceita. Dias depois, Bombom brinca na beira da praia com um pote plástico. Novamente, a força da água leva o brinquedo. Novo choro, e Mamãe reforça a história, desta vez conduzindo-o à água, para fazer um pedido: “Iemanjá, por favor, devolve o pote, senão não posso mias brincar!”

Feito isso, Mamãe entra no mar e, surpresa, dali a pouco encontra o pote. Volta, contente, para Bombom, e, julgando ter encerrado a questão, lhe diz: “Olha, Iemanjá nos ouviu e devolveu teu potinho!”

Ele, no mesmo momento: “Mãe, volta lá e pede os meus óculos!”