quarta-feira, 2 de julho de 2014

Era fácil...

        Bom: - Eu acho que, às vezes, levo meus sonhos muito a sério.

(Vovó se arrepia, já antevendo alguma discussão filosófica pela frente).

        Vovó: - Como assim?

        Bom: - Eu chorei no sonho, e acordei e fiquei chorando.



(Vovó sorri, aliviada).



Crianças e Crianças

Esta história se deu em outubro de 2013.
Indo para a escola com Vô e Vó, Bom comenta que, num dia chuvoso, ele saiu para o pátio aberto, na hora do recreio, e ficou uns instantes pegando chuva. O monitor logo retirou-o de lá, advertindo que não poderia ficar se molhando na rua. Ele diz que ficou indignado, porque “estava só sentindo os pinguinhos da chuva no meu rosto”.

A vó tenta convencê-lo de que a escola deve proteger todos os alunos e que, embora ele more em uma casa com pátio grande e esteja habituado a uma convivência mais direta com os fenômenos da natureza, há crianças que não têm essa sorte, e estão mais sujeitas a pegar gripe, essas coisas.

Ele retruca: - Crianças de hoje, que vivem em apartamento e só jogam videogame – essas não devem mesmo brincar na chuva. Mas crianças raras, como eu (aqui, um sorriso danado de maroto), poderiam pegar chuva ou subir em árvores. E o colégio não deixa.
- Mas, Bom, como o colégio vai saber quem pode e quem não pode pegar chuva e subir em árvore?
- É só o colégio fazer 3.000 contratos (nº aproximado de alunos) e ver quem pode e quem não pode.
- Ahn, bom, assim é mesmo fácil...