sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Teatro aquático...


Semana passada, ainda um janeiro quentíssimo em Porto Alegre, Bom e Conrado vêm visitar vovó e vovô. Conrado, que já tem amigos no prédio, desce para ficar na piscina. Dali a pouco, Bom quer ir também. Chegando lá, vê que os meninos estão todos na piscina infantil, e fica feliz, pois gosta de estar no meio dos amigos do Conrado (que festejam a chegada dele, chamando-o de Míni-Conrado, pois a semelhança entre os irmãos está aumentando).

Ficam todos lá, brincando, Bom meio agressivo, porque talvez se sinta meio à parte, entre todos os meninos maiores, e quer compensar isso mostrando que é fisicamente forte. De repente, um menino sai e vai para a piscina grande, e em seguida todos vão atrás. Ele se vê sozinho na piscina pequena e fica indignadíssimo. E o choro logo começa, junto com os lamentos:

- Eu fiquei aqui sozinho, eu não gosto de ficar sozinho! O Conrado não liga pra mim, vai com os amigos dele! Eu choro muito!

E continua chorando muito, mesmo, seguindo a legenda...

Vovó tenta consolá-lo:

- Os meninos são maiores, são amigos do Conrado, ele tem que ficar com eles. E podes aproveitar, tens a piscina pequena toda pra ti!

Inútil argumentação. Ele segue mergulhando, pulando na água, mas sempre chorando alto e se queixando. Chega uma vizinha e senta ao lado da vovó, perguntando o que houve. Nada o distrai. Vovó consegue finalmente tirá-lo da água, veste-lhe o roupão de toalha e o convida para ir tomar um banho morninho na banheira, em casa.

E lá vão os dois, ele segue atrás, emburrado e se lamentando em brados:

- Eu fiquei lá sozinho na piscina! E eu não gosto de ficar sozinho, tu sabe! E tu não fez nada por mim! Ficou lá sentada, conversando! E eu ali, chorando!

E dê-lhe choro e lamentações, um teatro digno de palco...